Molly Bloom.
Chegou a vez de Molly Bloom se instalar, passe a expressão, no Senhor Palomar. Apresentação pela própria: «Apelidaram-na de Penélope, dupla da mulher de Joyce, Mulher com direito a maiúscula e tudo: Molly Bloom não quer ser mais do que uma Flor da montanha. Tem à cabeceira uns quantos escritores do establishment português e anglo-saxónico, mas não se priva de escapadelas frequentes com géneros de reputação imprópria. Ilusões, não as tem. O seu mundo é o sensual, a sua palavra a do corpo. Logo, ler dá-lhe tanto prazer quanto cortar os dedos nas folhas. (É só por essa razão que os e-readers não hão-de entrar em Eccles Street, pelo menos até neles poder confundir o seu sangue com o sangue do livro.) Sabe pontuar, oh sim!, se sabe. E sabe dizer não.»
Imagem acima: Nan Goldin, Sandra in the Mirror, New York City, 1985.